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Dá pra ter pena do Fluminense?

Não, não dá. Empatar com o vice-lanterna do acachapante campeonato peruano nem parece muito. E daí que o time é formado por criadores de lhamas? Profissionalismo é uma piada, baby. 11 jogos sem vitória e o ticket vitalício para a série B.

No início do ano, muitos nomes da imprensa esportiva apostavam alto no Flu. Que era uma vergonha “um esquadrão daqueles” não chegar nem na final do Carioca. Vejamos o escrete arco-íris do último jogo:

Rafael, Mariano, Gum, Luiz Alberto e João Paulo (Alan); Diguinho, Maurício (Ruy), Conca e Marquinho; Kieza e Adeílson (Roni).

Fred (quem?) deve estar morrendo de saudade da vidinha aristocrática em Lyon, sem tiroteio na rua, rojão no treino, cobrança fungando no cangote. Se bem que foi despachado de lá…

O problema do Fluminense é o mesmo de todos os times cariocas: amadorismo absurdo. A pura e simples escrotidão. Exemplos bisonhos não faltam. Qualquer um percebe que enquanto o futebol carioca não tomar vergonha, é bem fácil para o São Paulo continuar empilhando títulos brasileiros. Daqui a pouco a sala de troféus vira um shopping. É justo? É.

Em terra de analfabetos quem tem cérebro vira rei.

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Flamengo é bicampeão brasileiro de basquete!

Foto: Uol Esporte

Foi uma temporada dura e vitoriosa. Campeão da Liga Sul Americana, o time do Flamengo fez campanha quase impecável no NBB: foram 39 jogos, com 35 vitórias e apenas 4 derrotas. Aproveitamento superior a 90%. O playoff final, contra o Brasília, disputadíssimo, foi uma final digna das duas melhores equipes do basquete brasileiro nos últimos anos, vencedoras de quase tudo que participaram.

Fui à uma partida da fase de classificação no ginásio Nilson Nelson em Brasília (absolutamente lotado), quando o Flamengo venceu por 100 a 92. Inesquecível. O NBB volta a colocar o basquete nacional onde ele deve estar. E esta equipe do Flamengo definitivamente entra para a história. Parabéns aos campeões!

Veja também:

Fim do NBB marca a reconstrução do basquete brasileiro

No Delicious, você confere matérias, notícias e entrevistas de toda a campanha do Flamengo na temporada

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Os campeões e os dilemas dos estaduais

Todo ano é a mesma coisa. Lugar-comum, aliás, é o que sustenta a imensa maioria dos jornalistas que vivem dos comentários fáceis e óbvios do futebol. Alguns, poucos, se salvam. E a estes todo o reconhecimento. Mas início de temporada é sempre igual: os estaduais são esculachados, reduzidos, menosprezados.

Não são parâmetro para nada. Os campeões não podem se iludir achando que a conquista significa um time forte para outras competições. É o título menos importante. O oba oba que termina no dia seguinte. A torcida não comparece. Etc, etc, etc. É óbvio que nenhum clube sério, em nenhuma época e em nenhum ano, no passado ou futuro, pode considerar a conquista de um estadual como resumo do planejamento para a temporada inteira e sinal de que a equipe está pronta. Qualquer ser pensante percebe isto.

Defende-se a extinção definitiva dos estaduais e a retomada de torneios regionais: SP e RJ, Sul-Minas, Norte, Nordeste e Centro Oeste. Faz sentido? Faz. A medida criaria campeonatos mais consistentes, disputados e atrativos? Sim. Fim da questão? Não.

A criatividade das federações é admirável. Já seguiram nas seguintes investidas: Copa Norte, Torneio Rio-São Paulo, Copa Sul-Minas, Copa Centro-Oeste, Copa Sul, Copa do Nordeste, Torneio Norte-Nordeste, Copa dos Campeões. Alguns tradicionalíssimos, como o Rio-São Paulo, que teve a primeira edição em 1933, outra em 1940, se fortaleceu e foi constante nas décadas de 50 e 60 para depois ser extinto e só voltar  em edições nas décadas de 90 e 2000.

Outros, a maioria, teve duas ou três edições e nunca mais existiram.

Enquanto isto, os estaduais, que surgiram nos primeiros anos dos século XX, são disputados até hoje. O carioca, o paulista e o baiano são os torneios mais antigos do país. E foram realizados em praticamente todos os anos de 1902 até a atualidade, no caso do paulista, e de 1905 e 1906 no caso do baiano e carioca, respectivamente. Ou seja: são mais de 100 anos de história e tradição.

Eis o primeiro ponto: você não destrói um torneio centenário do dia pra noite. Possuem força e importância próprias, difíceis de mensurar. Mas não é o único motivo pelo qual permanecem. Nada contra quebrar uma tradição se ela é caduca e já não contribui para nada. Não parece ser o caso.

É claro que os campeonatos carioca e paulista possuem maior valor por contar com 4 times grandes na competição e serem mais importantes e equilibrados. Ao contrário do gaúcho e mineiro, que só possuem 2 times relevantes e ainda permitem a aberração de uma equipe ganhar 10 campeonatos seguidos (como o América-MG na virada das décadas de 10 e 20, ou os quase 12 títulos seguidos do Grêmio entre 56 e 68). Em SP e RJ jamais um time venceu mais de 3 anos consecutivos.

Além de todo este peso histórico há duas coisas básicas a se considerar. Primeiro: entre os  5 maiores países do mundo, o Brasil é o único onde o futebol tem a magnitude que possui. Assim sendo, não há como estabelecer comparações com outros casos e exemplos. Na Europa, cada país tem o seu campeonato nacional e as suas copas (Copa da Itália, da Inglaterra, etc). Onde a nossa Copa do Brasil provavelmente se inspirou. Sem contar que, ao contrário dos principais países do mundo do futebol (Itália, Espanha, Inglaterra, Alemanha), onde existem no máximo 4 times grandes por país, ou geralmente dois principais, e uma série de outros médios para baixo, no Brasil existem 12 times considerados grandes. Uma faixa intermediária e depois o resto (*confira como eu faço esta classificação no final deste post).

Segundo, quem defende a retomada dos regionais e o fim dos campeonatos de cada estado parece esquecer a existência das centenas de clubes Brasil afora. O estadual é fundamental para a sobrevivência de 90% dos times do Brasil. Que tem uma competição relevante para disputar, aparecem na mídia, conquistam vagas na Copa do Brasil e nas séries inferiores do campeonato brasileiro e onde, também, aparecem jogadores que os times considerados grandes vão buscar. Para eles, existem poucas competições além destas.

O critério dos participantes destas copas regionais sem dúvida seria no mínimo polêmico. Quantos clubes de cada estado? Quem teria direito? Como equacionar o que seria justo para cada estado com o número de participantes, etc? Questões que podem ser solucionadas de diversas maneiras, todas insuficientes.

Se levantamento do UOL demonstrou que quase metade dos campeões estaduais ao longo dos anos foram extintos, isso se deve – muito – em função do amadorismo das décadas passadas, de times que trocaram de nome e outros pontos. Somente no Distrito Federal e no Espírito Santo, que contribuem com 17 e 13 campeões “extintos”, segundo o levantamento, o amadorismo consumiu com a maioria. Mas o estudo também possui erros. Só no ES, pelo menos 2 clubes listados como extintos pelo UOL ainda existem, com o mesmo nome e inclusive disputam o campeonato deste ano.

Considerando tudo isto é notável que apesar das imperfeições e das críticas que recebem, muitas justas, os estaduais tem importância e representação imprescindíveis para o futebol brasileiro. De história, de títulos, de logística dos outros campeonatos que afeta, da sobrevivência financeira de muitas equipes, da peculiaridade das particularidades regionais tão fortes num país desta extensão e da própria contribuição econômica para a máquina do futebol brasileiro num todo.

Longe das simplificações, os campeonatos estaduais se impõe por conta própria.

*Da classificação de times grandes, médios e pequenos.

Assunto polêmico pelo bairrismo exaltado que sempre desperta. Contudo…considero justo a divisão levando em conta os seguintes fatores: história, títulos, torcida, relevância e situação atual. Exemplo: Bahia, que possue torcida fanática e já foi campeão brasileiro atualmente encontra-se em fase de penúria, apesar de ter subido para a série B. Mesmo caso de Remo e Paysandu e por aí afora. Óbvio que número de títulos nacionais e títulos sul-americanos e internacionais também são distinções importantes.

Assim sendo…

Times grandes: Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Cruzeiro, Atlético – MG, Internacional e Grêmio.

Times médios: Atlético – PR, Coritiba, Juventude, Portuguesa, Ponte Preta, Guarani, Sport, Vitória, Goiás, São Caetano, Figueirense, Avaí e Santo André (os 4 últimos pela última década e este ano).

Times pequenos pra baixo: o resto.

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A polêmica da unificação dos títulos brasileiros

Foto: Gazeta Press/IG Esporte

A discussão é antiga. Tanto quanto a época dos títulos a que se referem. Mas a verdade é que há anos diversos clubes lutam para que torneios e competições disputadas antes de 1971 (quando foi instituído o “campeonato brasileiro”), sejam reconhecidas como títulos legítimos de campeões do país. Os argumentos contra vão desde o número de jogos disputados (chegando ao absurdo de apenas 4 em alguns casos), os adversários e as fórmulas de disputa (mata-mata), etc.

No entanto, acho válido. É justo reconhecer estes títulos como de campeões brasileiros, pois era a forma como estes campeonatos eram tratados na época, pela imprensa, público, os clubes, enfim. Desta forma, Palmeiras e Santos seriam 8 vezes campeões brasileiros. E o Santos o primeiro pentacampeão seguido, de 1961 a 1965. E Bahia, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense seriam bicampeões.

Veja a lista:

Taça Brasil

1959 – Bahia
1960 – Palmeiras
1961 – Santos
1962 – Santos
1963 – Santos
1964 – Santos
1965 – Santos
1966 – Cruzeiro
1967 – Palmeiras
1968 – Botafogo

Torneio Roberto Gomes Pedrosa

1967 – Palmeiras
1968 – Santos
1969 – Palmeiras

1970 – Fluminense

Acho importante que num país onde história é considerada um “luxo” muitas vezes esquecido, que os títulos sejam reconhecidos. Não vale o argumento de que, por terem nomes diferentes, estes torneios não eram “campeonatos nacionais”. O próprio campeonato brasileiro já foi chamado de Copa União e Copa João Havelange, em 87 e 2000, em situações e regulamentos peculiares que causam polêmica até hoje.

Você pode ver o dossiê completo aqui. Contudo, ainda que muitas questões sejam altamente discutíveis, caberia somente a imprensa considerar os campeonatos, com seus respectivos nomes, no histórico dos clubes. Independente do que aconteça ou do que a CBF considera ou não, a validade das conquistas é inegável.

Fontes: Justiça Desportiva e IG Esporte.

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Aqui se faz…

Capa do diário Olé: "eu me equivoquei e paguei"

A goleada sofrida pela Argentina, ontem, por 6 x 1 para a Bolívia, nos quase 4.000 metros de La Paz, pode servir para muitas coisas. Primeiro, seria simplista resumir o vexame histórico dos hermanos somente a altitude. Times brasileiros constantemente jogam em cidades problemáticas (no Peru, Equador e Bolívia) e costumam sofrer muito, obtendo vitórias (difíceis), empates e derrotas. É desumano, para um atleta, disputar competições a nível profissional na altitude. E pesquisas científicas indicam incansavelmente os riscos da “brincadeira”.

httpv://www.youtube.com/watch?v=RELJHhAfYxw

A FIFA, após proibir jogos acima de 2.500 metros, sucumbiu ao lobby e pressão dos países latino-americanos, voltando atrás. Maradona, ironia, foi um dos “garoto-propaganda” desse revés, organizando uma pelada amistosa com o presidente boliviano, Evo Moralez. Don Diego alevaga que “não tinha problema nenhum jogar na altitude”.

Zanetti, um dos principais jogadores argentinos, afirmou antes da partida que a equipe “não deveria ter muitos problemas” para jogar em La Paz. Que estavam prontos, confiantes e iam atuar “com inteligência”. Depois do desastre, a opinião da equipe é um pouco diferente.

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É claro que a Bolívia sempre usou a altitude para compensar sua falta de qualidade. Há décadas que os times sul-americanos sobem a serra de La Paz. O vexame argentino tem muitos outros componentes. Maradona terá tempo suficiente para refletir…

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