Política & Economia

Brasília mantém a tradição: manifestante? toma porrada!

Foto de hoje (09.12.2009), da matéria do G1. 2500 manifestantes agredidos nas ruas da capital pela polícia. Nada muito diferente do que ocorre no DF desde a fundação da cidade. Vergonha. Nojo. Democracia da Cosa Nostra. Aceitamos isso com “naturalidade”, como uma chamadinha no meio de jornal. O documentário “Conterrâneos Velhos De Guerra”, de Vladimir Carvalho, absolutamente fundamental, mostra o lado nefasto da fundação de Brasília, o apartheid social instaurado na capital brasileira e o massacre de milhares de operários, mantidos em condições sub-humanas, até hoje negado por quem não pode admitir: Niemeyer e Lúcio Costa.

httpv://www.youtube.com/watch?v=-qIjSCVwflU

httpv://www.youtube.com/watch?v=dA6M_C5vTcI

O eterno ciclo da história se repete na construção da desnecessária e faraônica nova sede do governo de Minas, em Belo Horizonte, novamente projetado por Niemeyer para o “amigo” Aécio Neves. Operários entraram em greve protestando pela comida estragada servida e as condições ruins de trabalho, no último mês (novembro/2009). Este é o belo “comunismo” de Niemeyer.

Orwell, Orwell, Orwell:

“Quem controla o passado”, dizia o lema do Partido, “controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado”. E no entanto o passado, conquanto de natureza alterável, nunca fora alterado. O que agora era verdade era verdade do sempre ao sempre. Era bem simples. Bastava apenas uma idéia infinda de vitórias sobre a memória. “Controle da realidade”, chamava-se. Ou, em Novilíngua, “duplipensar”.

Winston deixou cair os braços e lentamente tornou a encher os pulmões de ar. Seu espírito mergulhou no mundo labiríntico do duplipensar. Saber e não saber, ter consciência de completa veracidade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas, defender simultaneamente duas opiniões opostas, sabendo-as contraditórias e ainda assim acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar moralidade em nome da moralidade, crer na impossibilidade da democracia e que o Partido era o guardião da democracia; esquecer tudo quanto fosse necessário esquecer, traze-lo à memória prontamente no momento preciso, e depois torna-lo a esquecer; e acima de tudo, aplicar o próprio processo ao processo. Essa era a sutileza derradeira: induzir conscientemente a inconsciência e então tornar-se inconsciente do ato de hipnose que se acabava de realizar. Até para compreender a palavra “duplipensar” era necessário usar o duplipensar. (1984, página 36/37, 29º Edição, São Paulo, Brasil, 2004)

GUERRA É PAZ

LIBERDADE É ESCRAVIDÃO

IGNORÂNCIA É FORÇA

Mais fotos aqui.

Padrão