Cumplicidade na Destruição IV e III

Fui o responsável por escrever todos os textos e colaborei na pesquisa do relatório “Cumplicidade na Destruição III – Como Corporações Globais Contribuem para Violações de Direitos dos Povos Indígenas da Amazônia Brasileira”, publicado pela Amazon Watch e pela Apib em outubro de 2020 em português e inglês.

O relatório identificou três setores principais que têm liderado os conflitos com Povos Indígenas na Amazônia brasileira nos últimos anos: MINERAÇÃOAGRONEGÓCIO e ENERGIA.

Esses conflitos decorrem da exploração de Terras Indígenas pelo setor privado, em que em muitos casos as empresas ignoram os ataques diretos a essas terras por grileiros e outros atores locais, bem como sistematicamente desrespeitam as leis que protegem os territórios e os direitos indígenas, especialmente, o direito à Consulta Livre, Prévia e Informada.

A partir do estudo de casos de cada setor, identificamos as principais empresas envolvidas, direta ou diretamente, em situações envolvendo conflitos de terras ou violações de direitos socioambientais e indígenas na Amazônia brasileira nos últimos anos, que possuem relação com compradores e/ou investidores internacionais.

Entre gestores de ativos (asset management) e bancos de investimento, as seis grandes corporações financeiras que merecem destaque neste relatório – BLACKROCK, CITIGROUP, J.P. MORGAN CHASE, VANGUARD, BANK OF AMERICA E DIMENSIONAL FUND ADVISORS – contribuíram com mais de 18 bilhões de dólares para as empresas detalhadas nos estudos de caso, somente de 2017 a 2020.

Cumplicidade na Destruição IV

Em 2022, lançamos a quarta edição do relatório, dessa vez focado exclusivamente em mineração.

Apenas nos últimos cinco anos, as mineradoras Vale, Anglo American, Belo Sun, Potássio do Brasil, Mineração Taboca e Mamoré (ambas do Grupo Minsur), Glencore, AngloGold Ashanti e Rio Tinto receberam USD 54 bilhões em financiamento do Brasil e do exterior. Considerando a cotação atual do dólar em cerca de R$ 5, o montante chega a R$ 270 bilhões de reais.

É o que revelou o relatório “Cumplicidade na Destruição IV – Como mineradoras e investidores internacionais contribuem para a violação dos direitos indígenas e ameaçam o futuro da Amazônia.

Eu escrevi o texto do relatório e ajudei na investigação que teve a participação do InfoAmazônia, do Brasil e a Profundo, da Holanda. 

Leia a versão completa do relatório em português

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