Esportes

Os campeões e os dilemas dos estaduais

Todo ano é a mesma coisa. Lugar-comum, aliás, é o que sustenta a imensa maioria dos jornalistas que vivem dos comentários fáceis e óbvios do futebol. Alguns, poucos, se salvam. E a estes todo o reconhecimento. Mas início de temporada é sempre igual: os estaduais são esculachados, reduzidos, menosprezados.

Não são parâmetro para nada. Os campeões não podem se iludir achando que a conquista significa um time forte para outras competições. É o título menos importante. O oba oba que termina no dia seguinte. A torcida não comparece. Etc, etc, etc. É óbvio que nenhum clube sério, em nenhuma época e em nenhum ano, no passado ou futuro, pode considerar a conquista de um estadual como resumo do planejamento para a temporada inteira e sinal de que a equipe está pronta. Qualquer ser pensante percebe isto.

Defende-se a extinção definitiva dos estaduais e a retomada de torneios regionais: SP e RJ, Sul-Minas, Norte, Nordeste e Centro Oeste. Faz sentido? Faz. A medida criaria campeonatos mais consistentes, disputados e atrativos? Sim. Fim da questão? Não.

A criatividade das federações é admirável. Já seguiram nas seguintes investidas: Copa Norte, Torneio Rio-São Paulo, Copa Sul-Minas, Copa Centro-Oeste, Copa Sul, Copa do Nordeste, Torneio Norte-Nordeste, Copa dos Campeões. Alguns tradicionalíssimos, como o Rio-São Paulo, que teve a primeira edição em 1933, outra em 1940, se fortaleceu e foi constante nas décadas de 50 e 60 para depois ser extinto e só voltar  em edições nas décadas de 90 e 2000.

Outros, a maioria, teve duas ou três edições e nunca mais existiram.

Enquanto isto, os estaduais, que surgiram nos primeiros anos dos século XX, são disputados até hoje. O carioca, o paulista e o baiano são os torneios mais antigos do país. E foram realizados em praticamente todos os anos de 1902 até a atualidade, no caso do paulista, e de 1905 e 1906 no caso do baiano e carioca, respectivamente. Ou seja: são mais de 100 anos de história e tradição.

Eis o primeiro ponto: você não destrói um torneio centenário do dia pra noite. Possuem força e importância próprias, difíceis de mensurar. Mas não é o único motivo pelo qual permanecem. Nada contra quebrar uma tradição se ela é caduca e já não contribui para nada. Não parece ser o caso.

É claro que os campeonatos carioca e paulista possuem maior valor por contar com 4 times grandes na competição e serem mais importantes e equilibrados. Ao contrário do gaúcho e mineiro, que só possuem 2 times relevantes e ainda permitem a aberração de uma equipe ganhar 10 campeonatos seguidos (como o América-MG na virada das décadas de 10 e 20, ou os quase 12 títulos seguidos do Grêmio entre 56 e 68). Em SP e RJ jamais um time venceu mais de 3 anos consecutivos.

Além de todo este peso histórico há duas coisas básicas a se considerar. Primeiro: entre os  5 maiores países do mundo, o Brasil é o único onde o futebol tem a magnitude que possui. Assim sendo, não há como estabelecer comparações com outros casos e exemplos. Na Europa, cada país tem o seu campeonato nacional e as suas copas (Copa da Itália, da Inglaterra, etc). Onde a nossa Copa do Brasil provavelmente se inspirou. Sem contar que, ao contrário dos principais países do mundo do futebol (Itália, Espanha, Inglaterra, Alemanha), onde existem no máximo 4 times grandes por país, ou geralmente dois principais, e uma série de outros médios para baixo, no Brasil existem 12 times considerados grandes. Uma faixa intermediária e depois o resto (*confira como eu faço esta classificação no final deste post).

Segundo, quem defende a retomada dos regionais e o fim dos campeonatos de cada estado parece esquecer a existência das centenas de clubes Brasil afora. O estadual é fundamental para a sobrevivência de 90% dos times do Brasil. Que tem uma competição relevante para disputar, aparecem na mídia, conquistam vagas na Copa do Brasil e nas séries inferiores do campeonato brasileiro e onde, também, aparecem jogadores que os times considerados grandes vão buscar. Para eles, existem poucas competições além destas.

O critério dos participantes destas copas regionais sem dúvida seria no mínimo polêmico. Quantos clubes de cada estado? Quem teria direito? Como equacionar o que seria justo para cada estado com o número de participantes, etc? Questões que podem ser solucionadas de diversas maneiras, todas insuficientes.

Se levantamento do UOL demonstrou que quase metade dos campeões estaduais ao longo dos anos foram extintos, isso se deve – muito – em função do amadorismo das décadas passadas, de times que trocaram de nome e outros pontos. Somente no Distrito Federal e no Espírito Santo, que contribuem com 17 e 13 campeões “extintos”, segundo o levantamento, o amadorismo consumiu com a maioria. Mas o estudo também possui erros. Só no ES, pelo menos 2 clubes listados como extintos pelo UOL ainda existem, com o mesmo nome e inclusive disputam o campeonato deste ano.

Considerando tudo isto é notável que apesar das imperfeições e das críticas que recebem, muitas justas, os estaduais tem importância e representação imprescindíveis para o futebol brasileiro. De história, de títulos, de logística dos outros campeonatos que afeta, da sobrevivência financeira de muitas equipes, da peculiaridade das particularidades regionais tão fortes num país desta extensão e da própria contribuição econômica para a máquina do futebol brasileiro num todo.

Longe das simplificações, os campeonatos estaduais se impõe por conta própria.

*Da classificação de times grandes, médios e pequenos.

Assunto polêmico pelo bairrismo exaltado que sempre desperta. Contudo…considero justo a divisão levando em conta os seguintes fatores: história, títulos, torcida, relevância e situação atual. Exemplo: Bahia, que possue torcida fanática e já foi campeão brasileiro atualmente encontra-se em fase de penúria, apesar de ter subido para a série B. Mesmo caso de Remo e Paysandu e por aí afora. Óbvio que número de títulos nacionais e títulos sul-americanos e internacionais também são distinções importantes.

Assim sendo…

Times grandes: Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Cruzeiro, Atlético – MG, Internacional e Grêmio.

Times médios: Atlético – PR, Coritiba, Juventude, Portuguesa, Ponte Preta, Guarani, Sport, Vitória, Goiás, São Caetano, Figueirense, Avaí e Santo André (os 4 últimos pela última década e este ano).

Times pequenos pra baixo: o resto.

Padrão
Esportes

Boston Celtics campeão pela 17º da NBA!

Com uma vitória esmagadora sobre o Los Angeles Lakers por 131 a 92, na 6º partida das finais, o Boston Celtics conquistou seu 17º título da NBA e alargou a vantagem histórica sob os Lakers (14 títulos), além de, em 11 finais disputadas pelos dois times, os Celtics venceram 9!

Após a desastrosa temporada 2006/2007, onde venceu apenas 24 partidas, o Celtics reformulou seu time com a chegada dos astros Kevin Garnett e Ray Allen, formando o “big 3” com Paul Pierce. Das 24 do ano anterior, o time venceu 66 partidas das 82 da fase de classificação em 2007/2008, com a melhor campanha geral e a melhor defesa.

Um time surgido diretamente dos imigrantes irlandeses (não à toa seu nome, seu símbolo, etc), humilhados durante séculos nos Estados Unidos vieram a se tornar os maiores campeões de um dos esportes mais populares daquele país!

Padrão
Esportes

Nadal: tetracampeão de Roland Garros

Nadal morde a taça que é dele por quatro vezes seguidas

Federer quem? Rafael Nadal parece desconhecer a história do jogador suiço, tendo chegado ao tetracampeonato do Grand Slam francês em parciais de 6-1, 6-3 e 6-0. Torna-se um dos maiores campeões do torneio, iguala o sueco Bjorn Borg em quatro títulos consecutivos e também é apenas o terceiro tenista a ter vencido a final sem perder nenhum set. Um massacre. Federer não sabia o que era ser derrotado sem vencer nenhum game há quase 9 anos e 719 jogos.

Pouco o que se dizer. Há continuar nesse ritmo, Nadal tem tudo para se tornar um dos maiores desportistas do século XXI.

Padrão
Esportes

Flamengo: campeão nacional de basquete 2008

Marcelinho: o demônio, 40 pontos no último jogo e destaque em todo o campeonato

O Flamengo conquistou pela primeira vez em 2008 o título brasileiro de basquete masculino. De campanha irrepreensível, o time carioca praticamente não teve adversários: 31 jogos, 28 vitórias e apenas 3 derrotas. Nos playoffs, massacre: venceu por 3 x 0 todas as disputas, superando Vila Velha, Joinville e Brasília na final. A forte equipe da capital federal (campeã de 2007) não teve chances, perdendo por 93 x 66 no primeiro jogo, 91 x 76 no segundo e 101 x 96 no terceiro.

A vitória coroa um ano quase perfeito para o Mengão: campeão carioca, do nacional e vice-campeão sul-americano (a Libertadores do basquete). Marcelinho foi o destaque durante toda a temporada, com a sobrenatural média de 30 pontos por partida.

O basquete brasileiro vive um momento delicado. Fora das Olímpiadas desde 1996, desmandos na federação e inúmeras brigas políticas (aliada à incompetência), levando a seleção a um período horroroso de sua história. A dissidência gerou este ano outra anomalia, coisas de Brasil: a supercopa, criada por alguns times paulistas em represália à federação, tentando se organizar por si só.

Alheio a isto, o Flamengo fez história com uma das campanhas mais inquestionáveis de todos os tempos. É torcer para que os esportes olímpicos do clube não continuem em ciclos de apoio-desleixo, mas firmem-se, também, como prioridade, além do futebol. O basquete é um dos esportes mais emocionantes do mundo, com enorme potencial popular. Passou da hora de uma rede de televisão aberta dar o destaque devido (a Band já o fez, mas sua grade sempre foi muito inconstante).

Parabéns ao time da Gávea pelo feito! Flamengo Campeão Brasileiro de Basquete 2008!

Padrão