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A trajetória do hexa rubro-negro

O vídeo acima, magistralmente editado, mostra em detalhes a cronologia dos 8 meses de campeonato, a conquista do título e diversos acontecimentos importantes. Essencial. Fazendo uma organização de prima:

A consagração e o hexa com a vitória sob o Grêmio no Maracanã.

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Flamengo Hexacampeão Brasileiro de Futebol

Tinha que ser sofrido. Na raça. Na bola. Flamengo venceu seu sexto título brasileiro com postura de campeão pelo menos desde o segundo turno. Quando Álvaro e Maldonado chegaram, acertaram a defesa, até então muito vazada (terminou como a segunda melhor) e Andrade assumiu o time. 10 jogos consecutivos sem derrota e apenas 3 derrotas no segundo turno (em 19 jogos), somente uma depois da, digamos, reestruturação. Venceu São Paulo, Atlético Mineiro em casa e fora, Internacional, Palmeiras fora. Os clássicos. Foi o time com maior número de pontos entre confrontos com os chamados “grandes”. 40 dos 67 pontos foram contra adversários fortes. Muito mais que qualquer outra equipe.

Andrade merece um parágrafo a parte. Um dos maiores ídolos, um dos maiores ícones da história do clube, sofreu pela timidez, a humildade, até ser finalmente (e a contragosto)  reconhecido. Cuca, desagregador, instável, sem o mínimo de confiança, foi embora e deixou a oportunidade para quem estava sedento trabalhar. Andrade, sem 1% da marra, das desculpas, do estrelismo de boa parte dos técnicos badalados e mercenários desse país, deu a estabilidade que o time merecia. A conversa no pé do ouvido. O respeito dos jogadores. O conhecimento de futebol. A vivência extrema dentro do clube. O primeiro técnico negro campeão brasileiro. O esportista, dentre todos, com maior número de títulos, aliás: 6. Ele e Silas só não instauram um novo padrão de técnicos no Brasil porque não há tanta gente boa por aí. Mas as coisas começam a mudar (talvez).

A base do Flamengo está montada há três anos. Desde 2007 o time vem chegando na ponta do Brasileiro e manteve jogadores daquela safra: Bruno, Ronaldo Angelim, Juan, Léo Moura, Toró. Willians, contratado sem pompa, foi o carrapato da defesa, o maior roubador de bolas, o mestre de obras do meio campo. Andrade recuperou a confiança e o futebol de Zé Roberto que, segundo o próprio, já contava os dias para deixar a Gávea, só pensava na próxima temporada e até foi empurrado pela diretoria para outros times durante o campeonato (Cruzeiro, Palmeiras). Transações felizmente fracassadas.

Adriano, imperador, fez jus ao talento, ao nível muito acima da média e cravou a artilharia sem muita dificuldade. Um autêntico pivô que mesmo quando não marcava era fundamental. O desacreditado Petkovic, que veio para saldar dívida, começou a jogar de verdade, no clube onde é ídolo, onde se sente bem, após ser maltratado em outras praças: Atlético/MG, Santos, etc. Liderança dentro e fora do campo, cobranças precisas, atuações memoráveis. O craque do campeonato. Quem diria. Bruno encontrou estabilidade, fez defesas mágicas, pegou penaltis fundamentais em jogos decisivos.  Poder de decisão, encarar os clássicos e momentos chave com seriedade, vontade, tesão, bola no pé.

Torcedores de times rivais que realmente gostam de futebol não cansaram de exaltar que o único time que merecia ganhar o campeonato era realmente o Flamengo. Colorados, tricolores, atleticanos e por aí afora. Superando a rivalidade, a raiva, a inveja, os ânimos exaltados, o Flamengo foi o time que mais encantou, vibrou, conquistou, fez por merecer.

O hexa é o título tão sonhado, tão desejado há anos (17) por sua torcida. A carência, imensa, chega ao fim. Recoloca o clube no lugar onde sempre esteve e deve estar. A esperança é que isso leve à criação de infra estrutura e um projeto profissional para o futebol. Dá orgulho ter acompanhado todos os jogos desse campeonato, todas as fases, torcer para um clube capaz de fazer o que fez. De fazer parte da torcida mais maravilhosa do mundo. No Maraca e em todo lugar do planeta, no futebol, no basquete, ter um grupo de torcedores do Flamengo reunido, por menor que seja, é um pequeno exemplo do quanto essa torcida é diferenciada, apaixonada, vibrante.

Obrigado a todos que fizeram parte da campanha. O orgulho eterno de ser rubro-negro fala alto. A quem não sabe o que é isto só resta o recalque, a inveja. A resposta, sempre, é dada no campo. Vamos comemorar o título mais que merecido. Festa na favela. O Brasil pára de forma única, como não párava há tempos. Só um time é capaz de causar isto com tamanha magnitude. Finalmente, venceu o melhor.

UMA VEZ FLAMENGO, SEMPRE FLAMENGO

HEXACAMPEÃO BRASILEIRO DE FUTEBOL

1980, 1982, 1983, 1987, 1992, 2009

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Previsões para as últimas rodadas do Brasileirão

Sem maiores comentários, acredito que o título ficará entre Flamengo e São Paulo. Para isso, no entanto, o Flamengo terá que vencer os 4 jogos restantes. Qualquer empate ou derrota quase entrega o tetra nas mãos do tricolor paulista, considerando que o SPFC empata os dois jogos fora: contra Botafogo e Goiás.

Fiz as previsões levando em conta resultados possíveis, nada além da curva. Não me preocupei também com o placar exato, apenas o que eu acredito que pode acontecer em cada jogo: vitória, empate ou derrota.

Acreditando no Flamengo, deu Fla campeão, SPFC sem segundo, Atlético e Palmeiras na Libertadores, e…Botafogo e Fluminense escapando do rebaixamento! O que seria o melhor fim de ano possível para o futebol carioca. Veremos.

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Dá pra ter pena do Fluminense?

Não, não dá. Empatar com o vice-lanterna do acachapante campeonato peruano nem parece muito. E daí que o time é formado por criadores de lhamas? Profissionalismo é uma piada, baby. 11 jogos sem vitória e o ticket vitalício para a série B.

No início do ano, muitos nomes da imprensa esportiva apostavam alto no Flu. Que era uma vergonha “um esquadrão daqueles” não chegar nem na final do Carioca. Vejamos o escrete arco-íris do último jogo:

Rafael, Mariano, Gum, Luiz Alberto e João Paulo (Alan); Diguinho, Maurício (Ruy), Conca e Marquinho; Kieza e Adeílson (Roni).

Fred (quem?) deve estar morrendo de saudade da vidinha aristocrática em Lyon, sem tiroteio na rua, rojão no treino, cobrança fungando no cangote. Se bem que foi despachado de lá…

O problema do Fluminense é o mesmo de todos os times cariocas: amadorismo absurdo. A pura e simples escrotidão. Exemplos bisonhos não faltam. Qualquer um percebe que enquanto o futebol carioca não tomar vergonha, é bem fácil para o São Paulo continuar empilhando títulos brasileiros. Daqui a pouco a sala de troféus vira um shopping. É justo? É.

Em terra de analfabetos quem tem cérebro vira rei.

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A polêmica da unificação dos títulos brasileiros

Foto: Gazeta Press/IG Esporte

A discussão é antiga. Tanto quanto a época dos títulos a que se referem. Mas a verdade é que há anos diversos clubes lutam para que torneios e competições disputadas antes de 1971 (quando foi instituído o “campeonato brasileiro”), sejam reconhecidas como títulos legítimos de campeões do país. Os argumentos contra vão desde o número de jogos disputados (chegando ao absurdo de apenas 4 em alguns casos), os adversários e as fórmulas de disputa (mata-mata), etc.

No entanto, acho válido. É justo reconhecer estes títulos como de campeões brasileiros, pois era a forma como estes campeonatos eram tratados na época, pela imprensa, público, os clubes, enfim. Desta forma, Palmeiras e Santos seriam 8 vezes campeões brasileiros. E o Santos o primeiro pentacampeão seguido, de 1961 a 1965. E Bahia, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense seriam bicampeões.

Veja a lista:

Taça Brasil

1959 – Bahia
1960 – Palmeiras
1961 – Santos
1962 – Santos
1963 – Santos
1964 – Santos
1965 – Santos
1966 – Cruzeiro
1967 – Palmeiras
1968 – Botafogo

Torneio Roberto Gomes Pedrosa

1967 – Palmeiras
1968 – Santos
1969 – Palmeiras

1970 – Fluminense

Acho importante que num país onde história é considerada um “luxo” muitas vezes esquecido, que os títulos sejam reconhecidos. Não vale o argumento de que, por terem nomes diferentes, estes torneios não eram “campeonatos nacionais”. O próprio campeonato brasileiro já foi chamado de Copa União e Copa João Havelange, em 87 e 2000, em situações e regulamentos peculiares que causam polêmica até hoje.

Você pode ver o dossiê completo aqui. Contudo, ainda que muitas questões sejam altamente discutíveis, caberia somente a imprensa considerar os campeonatos, com seus respectivos nomes, no histórico dos clubes. Independente do que aconteça ou do que a CBF considera ou não, a validade das conquistas é inegável.

Fontes: Justiça Desportiva e IG Esporte.

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