A goleada sofrida pela Argentina, ontem, por 6 x 1 para a Bolívia, nos quase 4.000 metros de La Paz, pode servir para muitas coisas. Primeiro, seria simplista resumir o vexame histórico dos hermanos somente a altitude. Times brasileiros constantemente jogam em cidades problemáticas (no Peru, Equador e Bolívia) e costumam sofrer muito, obtendo vitórias (difíceis), empates e derrotas. É desumano, para um atleta, disputar competições a nível profissional na altitude. E pesquisas científicas indicam incansavelmente os riscos da “brincadeira”.
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A FIFA, após proibir jogos acima de 2.500 metros, sucumbiu ao lobby e pressão dos países latino-americanos, voltando atrás. Maradona, ironia, foi um dos “garoto-propaganda” desse revés, organizando uma pelada amistosa com o presidente boliviano, Evo Moralez. Don Diego alevaga que “não tinha problema nenhum jogar na altitude”.
Zanetti, um dos principais jogadores argentinos, afirmou antes da partida que a equipe “não deveria ter muitos problemas” para jogar em La Paz. Que estavam prontos, confiantes e iam atuar “com inteligência”. Depois do desastre, a opinião da equipe é um pouco diferente.
É claro que a Bolívia sempre usou a altitude para compensar sua falta de qualidade. Há décadas que os times sul-americanos sobem a serra de La Paz. O vexame argentino tem muitos outros componentes. Maradona terá tempo suficiente para refletir…