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O Discurso do Rei – Tom Hooper

É fácil acusar “O Discurso do Rei” de ser quadrado, tradicional, pouco ambicioso, engessado, etc, etc. Como filme, sua estrutura é totalmente convencional. Na direção, o grande mérito de Hooper é o trabalho de atores, mas aí entram 95% de crédito dos próprios, convenhamos. E aí está o grande charme da película: a “química” soberba entre Colin Firth e Geoffrey Rush, espetaculares. Bonham Carter também está longe de fazer feio. Rush mostra uma das melhores atuações de sua carreira: a certeza é que quem ficar com o Oscar de ator coadjuvante- entre ele e Christian Bale, provavelmente – estará em boas mãos.

Se o filme é convencional, vale igualmente perguntar se seria possível fazer algo melhor dentro da história, do argumento e da abordagem proposta. Difícil. Assim, podemos dizer que a obra é praticamente perfeita no que se propõe, o que não deixa de ser um mérito tremendo. É redondo, correto e sem exageros. Não há pieguice aqui, por exemplo. Como gago, posso dizer que a caracterização de Firth é assombrosa. Ouvindo um trecho real do discurso de George VI retratado no filme, pode-se perceber com que sutileza Firth absorveu os mínimos detalhes da fala do rei.

Com todas suas limitações, “The King’s Speech” é muitíssimo bem acabado: algo que, por vezes, deve ser tão valorizado quanto certos delírios.

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3 comentários sobre “O Discurso do Rei – Tom Hooper

  1. É um filme fraco que força muito a barra. Além do mais, erra feio ao ignorar o contexto histórico. A atuação de Colin é primorosa, fato. Pena que o filme não está a altura dele.

    Dos 10 que concorrem ao Oscar, este é o que menos merece o título de melhor filme. Prefiro o Cisne Negro e o Vencedor.

  2. MAngelo disse:

    Acho que poderiam explorar melhor o “aspecto histórico” sim, mas além de ser largamente conhecido, não era o foco do filme, certo?

    Dos que vi até agora, para o Oscar, seria: Bravura Indômita >> The Fighter >> O Discurso do Rei >> A Rede Social >> Cisne Negro

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