Curiosidades, Filmes

Lunchtime atop a Skyscraper

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Estava relembrando hoje desta fotografia histórica, e de quanto a acho absolutamente fantástica. Tirada em 29 de setembro de 1932, no topo do Rockefeller Center em Nova York, por Charles C. Ebbets, a foto é um dos maiores ícones do século XX. Lunchtime atop a Skyscraper resume muito do século que se passou: a pujança impressionante do capitalismo, a redefinição do mundo do trabalho, as condições do mesmo, o “desenvolvimento” (o que é mesmo?), etc.

Fascina a naturalidade com que estes homens se equilibram sem nenhuma segurança. A exemplo de Philliphe Petit, o equilibrista recém premiado com o Oscar pelo documentário Man On Wire, que conta a sua trajetória.

httpv://www.youtube.com/watch?v=EIawNRm9NWM

Duas provas de quanto o ser humano é incrível, apesar de tudo.

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Filmes

Sombras de Goya

Goya’s Ghost – Milos Forman – 2007 – ****

Traduzido no Brasil como “sombras de Goya” – no caso eu preferiria a tradução literal “fantasmas de Goya” – este filme do cineasta tcheco Milos Forman foi estranhamente ignorado pela crítica e pela Academia (merecia, no mínimo, várias indicações ao Oscar). Forman tem carreira bem peculiar dentro do cinema estadunidense. Desde “Um Estranho No Ninho” (vencedor absoluto em 1975), passando por “Hair”, “Amadeus”, “O Povo Contra Larry Flynt” e “O Mundo de Andy” – não vi “Ragtime” e “Valmont” – o diretor tornou-se um dos nomes mais relevantes do cinema.

“Sombras de Goya”, ambientado na Espanha em 1792, tem uma direção de arte primorosa e fotografia eficiente, criando as texturas adequadas para os diversos cenários da estória. Além disso, os três protagonistas, Javier Bardem, Natalie Portman e Stellan Skarsgard estão ótimos. É impressionante a transformação que fizeram em Portman após anos no cativeiro (a menina está se acostumando a passar por torturas em filmes, como vimos em “V De Vingança”).

Como um escorregão histórico imperdoável, a película tem o vício de ser falada em inglês (isso na Espanha de 1792!). Óbvio que a opção facilita não só para os atores mas para o circuito comercial do filme nos Estados Unidos e mundo afora, mas não dá para ignorar. Focado na Inquisição da Igreja Católica, conflitos de poder, familiares e questões internas dos personagens, “Sombras de Goya” ilustra o quanto a Igreja Católica é a instituição mais asquerosa, hipócrita, corrupta e abjeta da história humana (como se fosse necessário). Para mais detalhes recomendo o livro “Escandâlos Reais”, de Michael Farquhar, que tem fatos contundentes sobre alguns papas, como também de várias linhagens reais – detalhes ligados diretamente ao filme de Forman, portanto.

Vasculhando novamente na obra de Farquhar, achei, na página 279, trechos do “Livro Dos Mortos”, o “guia para os inquisidores” da Igreja Católica na época. Reproduzo aqui as passagens, importantes para a ambientação de uma das principais partes de “Goya’s Ghost”:

“Ou o sujeito confessa e tem sua culpa comprovada por força de sua própria confissão, ou não confessa e é igualmente culpado mediante a evidência dos testemunhos. Se alguém confessa a totalidade daquilo que é acusado, sua culpa por tal totalidade é inquestionável: contudo, se confessa apenas uma parte, deve ainda sim ser considerado culpado de tudo, uma vez que o que confessou prova sua capacidade de ser culpado dos demais pontos da acusação. (…)

“A tortura corporal sempre foi considerada o mais salutar e eficiente meio de levar à penitência espiritual. Assim sendo, a escolha da forma mais conveniente de tortura cabe ao Juiz da Inquisição, que deve determiná-la conforme a idade, o sexo e a constituição do réu. (…)

“Se, não obstante todos os meios empregados, o infeliz miserável insistir em negar sua culpa, deverá ser considerado vítima do demônio – e, como tal, não merece a menor compaixão por parte dos servos de Deus, nem a piedade e a indulgência da Santa Madre Igreja; trata-se de um filho da perdição. Deixem-no perecer em meio aos condenados.”

Creio que o conteúdo fala por si…

Pesado, “Goya’s Ghost” tem algumas reviravoltas atravessadas, num roteiro mal-acabado e edição confusa. Ainda assim, são falhas que não comprometem o todo, sendo outro grande filme de Forman, que merece muito mais atenção do que a que recebeu.

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Fargo

Fargo – Joel & Ethan Coen – 1996 – ****

Provavelmente a obra mais reverenciada dos irmãos Coen, vencedora dos Oscar’s de melhor roteiro original e melhor atriz para Frances McDormand (ótima no papel mas sem nada absolutamente genial que justificasse a estatueta, um exagero). Para quem possa se enganar, o filme não é baseado em fatos reais, como os irmãos avisam no começo – trata-se somente de uma pegadinha típica dos Coen. Roger Deakins, um dos maiores nomes de Hollywood, entrega sua costumeira e irretocável fotografia, trabalhando muito bem sob o inverno e o branco/cinza da paisagem, criando o contraste com o ambiente quente e aconchegante dos cenários internos (casas, restaurantes, etc) – dualidade sempre presente na obra: vida/morte, carência/apego, frieza/calor, silêncio/ruído e assim por diante. Curiosamente, quem menos fala – Gaear Grimsrud, interpretado por Peter Stormare, na melhor atuação da película (pra mim) – é o causador de boa parte das desgraças e das mortes.

O roteiro é engenhoso e bem amarrado, apesar de alguns furos e exageros ficcionais. O subtítulo nacional “uma comédia de erros” define bem o que é Fargo. Bom filme superestimado pela crítica.

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Lords Of Dogtown

Os Reis de Dogtown – Catherine Hardwicke – 2005 – ***1/2

História real de Stacy Peralta, Tony Alva e Jay Adams, os três principais nomes dos Z-Boys, equipe de skate que revolucionou o esporte e definiu as bases para o que é hoje. Bem filmado, fugindo do esquema “puramente ação” que se poderia esperar. Heath Ledger prova que, mesmo num papel menor, é um dos maiores atores da sua geração, extremamente talentoso e convincente. Melhor que o esperado.

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Superbad

Superbad – 2007 – Greg Mottola – ***

Dentre os inúmeros filmes para adolescentes já feitos, Superbad consegue ficar um degrau acima da mediocridade. O trio principal funciona e os dois policiais talvez sejam o melhor da película. Vale um aluguel descompromissado.

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Mandando Bala

Shoot Em Up – 2007 – Michael Davis – *

Eu já esperava que “Mandando Bala” fosse ruim. Mesmo considerando isso, o filme conseguiu atingir um nível de “ridicularidade” surpreendente. Fake ao extremo, forçadíssimo e patético em alguns momentos, lembra um videogame, fazendo alusão ao seu título, do gênero “beat em’ up”, onde você percorria cenários com o único objetivo de destruir as dezenas de inimigos que surgiam na tela ao mesmo tempo (Streets Of Rage, etc).

Quiseram fazer um filme de ação…mas produziram uma comédia.

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Waking Life

Waking Life – 2001 – Richard Linklater – *****

Waking Life, filosófico por excelência, é um estudo de Linklater sobre questões essenciais da vida humana reunida em esquetes direta ou indiretamente interligadas que funcionam perfeitamente bem na proposta de questionar e convidar o espectador à reflexão na sua “linearidade não-linear”. Excelente.

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