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As bravatas e as fraquezas

Sempre que ouço alguém falar que “lugar x não é para os fracos” sinto uma pontada de repulsa no cérebro. É inevitável. Aparentemente, o tal chavão vem acompanhado de um bairrismo grosseiro, de um maniqueísmo ultra barato e de uma maneira no mínimo limitada de enxergar as coisas.

Não há dúvidas de que o bairrismo/ufanismo é uma das maiores desgraças e idiotices da Terra desde sempre. Causador de muitos conflitos, guerras e estupidez generalizada. Gostar de onde se nasceu/mora pode ser algo natural, ter certo orgulho do que o lugar  tem de bom também. Transformar isso em objeto de paixão desmedida e verdade absoluta começa a ficar perigoso. Pessoas que se apegam à isso são ridículas e limitadas com frequencia.

A frase “não é para os fracos” revela uma mentalidade de filme estadunidense de quinta categoria. Aos olhos do dono da bravata, todo lugar onde ele supostamente “venceu” não é para os fracos. Algo que chega a ofender o maniqueísmo e a inteligência. Os “fortes”, imagina-se, são aqueles que provavelmente tem um emprego razoável pra bom, vivem suas vidas na normalidade, conseguiram se estabilizar ali naquele pedaço de terra e, claro, acabam por defender com todas as forças o seu mundinho.

A necessidade risível de tentar menosprezar o outro é sintoma clássico do inseguro. Para o bairrista, para aquele que “veste a camisa” da cidade, parece inconcebível que se faça críticas de qualquer espécie, num comportamento nada menos que acéfalo.

No simplório mundo onde essas pessoas vivem, em que as coisas são definidas pela moral de um filme da sessão da tarde, realmente tudo deve ser mais fácil. A ignorância é uma benção, já se diz por aí. O mesmo tipo de gente que parece acreditar que sua personalidade está expressa no carro que dirige. Exemplo simples de quando a intolerância, a estupidez e a cegueira caminham juntas.

No fim, são dignas de pena, por não conseguirem ir além do que sua limitação mental permite. A fraqueza, como se vê, é um conceito bem relativo. Nada que quem goste de viver num aparente joguinho de “perde e ganha”, “fortes e fracos”, seja capaz de compreender.

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2 comentários sobre “As bravatas e as fraquezas

  1. MAngelo disse:

    Nelson,

    amigo. Não, nada específico. Isso é algo que permeia a mente aqui tem tempo. Convenhamos que não é preciso acontecer nada certeiro para nos darmos conta disso.
    Conversamos melhor em PVT. Abs.

    @N.S.E.

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