Babel – Alejandro Gonzáles Iñárritu – 2006 – ***
Iñárritu é um cineasta com vícios. A estrutura de montagem, encadeamento do roteiro, temas abordados, falhas de comunicação, o lado dramático das relações humanas e como elas se conectam. “Amores Brutos”, “21 Gramas” e “Babel” falam da mesma coisa. Deles, “21 Grams” é o melhor. Guillermo Arriaga, seu roteirista oficial, é outro viciado, responsável por muito de bom e ruim que cada filme carrega.
O estilo de montagem funcionava em “Amores Perros”, foi aperfeiçoada em “21…”, e em “Babel” cansa, apesar do uso mais comedido do recurso. Iñárritu gostou de Hollywood. Rapidamente, saiu do cenário indie direto para a grande indústria, podendo realizar seus filmes nas divisões “alternativas” dos estúdios e com atores milionários.
Mas “Babel”, sobretudo, é isso: cansaço. De idéias, abordagem, de tudo que ele já produziu antes e é exaustivamente reciclado aqui. Trilogia? Pode até alegar, não importa. É um filme (por vezes) interessante que no entanto padece pelo comodismo de seu realizador. Nem as gravações em três continentes diferentes alivia. Perde-se, constantemente, em elementos que, segundo o diretor acredita, deveriam contribuir. O núcleo estelar está ok, em especial Brad Pitt, que já provou há muito ser ótimo ator. E os iniciantes, pelo menos, convencem.
Mas é um filme paquidérmico, no pior sentido do termo. Hora do mexicano respirar ar fresco.