Literatura

The Way

The nuns taught us there were two ways through life – the way of nature and the way of grace. You have to choose which one you’ll follow.

, 72 dias de chuva sem parar. Não chegava a ser uma Macondo de García Marquez, mas a realidade era menos fantástica e mais mundana: as botas enlameadas, o cheiro permanente de mofo, roupas que não secavam nunca. Raios de sol intermitentes, mais velozes do que se podia apreciar. Tédio abreviado com tudo que fosse possível. Promessas não cumpridas.

Peace. There is none other.

God is. It is so beautiful.

Thank You God.

Lembrava do que acreditava que viria a ser: folheando páginas amarelas de um livro branco comprado num sebo. Falava de jogos, monges, disputa, ciência, aprendizado, sabedoria. Era verão de 2007. Tem tinha tanta pretensão quanto sua idade permitia. Perfeitamente ingênuo a ponto de ainda conversar com o mar. Tratava suas conquistas, seus delitos. Se confessava, em suma. Uma vez por ano. E era mais do que suficiente.

Grace doesn’t try to please itself. Accepts being slighted, forgotten, disliked. Accepts insults and injuries. Nature only wants to please itself. Get others to please it too. Likes to lord it over them. To have its own way. It finds reasons to be unhappy when all the world is shining around it. And love is smiling through all things.

O ônibus vinha sempre abarrotado. Dois, três. Quatro. Até que era possível entrar em algum. Nunca sabia o que ia encontrar depois da curva. Gente cansada do próprio peso. A chuva escolhia sempre os dias mais bonitos para cair. Sempre sorrateira e imprevisível, apesar de onipresente.

God is all.

Help us to resolve our fears and weaknesses.

In you all things are possible.

Thank you God.

Dava pra inflar até o teto. Fazer um pouco de sexo sem culpa. Um pouco de amor sem pressa. Retroceder. Resgatar. Andando pra frente, de costas. Melodias bonitas ao piano. Já não faziam chorar. Eram belas e só. Desprovidas de qualquer sentimento. De qualquer carga. De qualque razão.

Where were you when I laid the foundations of the Earth, when the morning stars sang together, and all the sons of God shouted for joy?

Havia se sentado bastante à mesa de escarnecedores. Era ele mesmo um deles. Fazia troça de tudo. Sua barricada. A única defesa. Não havia refúgio físico, carnal ou psicológico. Só espiritual. Havia algo que nunca se desfez completamente. Um sentimento indefinível. Inefável.

Words, sounds, speech, men, memory, throughts,

fears and emotions–time–all related…

all made from one… all made in one.

Tudo que era profano poderia ser purificado. Tudo que estava desmanchado no ar poderia ser reconstituído. E ninguém seria forçado a encarar suas relações. Fragmentadas milhares de vezes até se solidificarem de maneira quase indestrutível.

I didn’t know how to name You then. But I see it was You. Always You were calling me.

As dores de cabeça tinham desaparecido. Restavam as da alma. Um punhado de palavras fáceis e melodias repetitivas. Reverberando sem parar. Evolução em círculos. Buscando as mesmas coisas nos mesmos lugares. Encontrou sete pílulas. Nenhuma eficiente. Seria um ano decisivo. Mais um. Era sua única certeza.

Thank you God. Amen.

* conto que se apropria de passagens do roteiro de “The Tree Of Life”, de Terrence Malick e do poema “A Love Supreme”, de John Coltrane, presente no disco de mesmo nome.

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A Thousand Kisses Deep

Qualquer coisa a se falar sobre Leonard Cohen é redundância. Todo hiperbolismo que posso pensar é pouco para expressar o que ele representa. Abaixo, uma humildíssima interpretação do seu poema “A Thousand Kisses Deep”, de acordo com a versão ao vivo em Londres em 2009 + uma introdução – óbvio – baseada em “Dance Me To The End Of Love”.

You came to me this morning
And you handled me like meat
You’d have to be a man to know
How good that feels, how sweet
My mirrored twin, my next of kin
I’d know you in my sleep
And who but you would take me in
A thousand kisses deep

I loved you when you opened like a
Lily to the heat
You see I’m just another snowman
Standing in the rain and sleet
Who loved you with his frozen love
His second hand physique
With all he is, and all he was
A thousand kisses deep

I know you had to lie to me
I know you had to cheat
To pose all hot and hide behind
The veils of shear deceit
Our perfect porn aristocrat
So elegant and cheap
I’m old but I’m still into that
A thousand kisses deep

I’m good at love, I’m good at hate
It’s in between I freeze
Been working out, but its too late
It’s been to late for years
But you look good, you really do
They love you on the street
If I could move I’d kneel for you
A thousand kisses deep

The autumn moved across your skin
Got something in my eye
A light that doesn’t need to live
And doesn’t need to die
A riddle in the book of love
Obscure and obsolete
Until witnessed here in time and blood
A thousand kisses deep

And I’m still working with the wine
Still dancing cheek to cheek
The band is playing Auld Lang Syne
But the heart will not retreat
I ran with Diz and I sang with Ray
I never had their sweep
But once or twice they let me play
A thousand kisses deep

I loved you when you opened
Like a lily to the heat
You see I’m just another snowman
Standing in the rain and sleet
Who loved you with his frozen love
His second hand physique
With all he is, and all he was
A thousand kisses deep

But you don’t need to hear me now
And every word I speak
It counts against me anyhow
A thousand kisses deep


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Pensamento browniano

Por Tiago L. Garcia

Daquilo que leio esqueço quase tudo. Resta, como nos resta daquilo que aprendemos com a família, certos gestos, certa maneira de caminhar e olhar o mundo.

Tentar viver novamente nossas lembranças é um equívoco. Boa parte da alegria agregada às lembranças é uma dádiva do tecido opaco em que a memória as reveste.

A memória recorta o real, o resume, o generaliza, o sentencia…faz dele um aforismo.

Seria suportável a companhia humana sem a companhia literária (e vice-versa)?

O tempo vivido obedece a um movimento browniano. Deste movimento, contudo, é possível imaginar um desenho.

Se não construirmos um arco até sua última pedra ele desmorona.

Ideias abondonadas enferrujam, decaem e desaparecem.

Pensar em inglês me faz sentir novamente um adolescente – o que não é de todo ruim.

Tornar-se uma pessoa melhor não significa essencialmente tornar-se mais moral.

Uma pessoa má é aquela cuja maldade transcende os males de seu tempo.

Do contentamento exala a moralidade.

É dos fracassados a visão privilegiada em relação aos equívocos da disputa. O ressentimento nunca está de todo incorreto…

O lamento pela opressão não é uma ode à fraqueza, mas um elogio à força oprimida.

Da alegria retiramos centenas de matizes. Do desvario à beatitude.

Há ainda algo de puro no desejo egoísta de fruir das coisas. O demônio prefere comprar almas…

A química das relações humanas não obedece a uma relação causal: De dois bons sujeitos às vezes se faz metade de uma tragédia.

O homem descobre sua estupidez. Deus, contente com este primeiro lampejo de sanidade de suas crias, o perdoa. Eis a essência do cristianismo.

Abençoados sejam aqueles que crêem Deus ser inefável!

O conhecimento profundo dos vícios pode nos tornar hipócritas. Quanto mais profundamente conhecemos os vícios e seus meandros, mais envergonhados e angustiados nos tornamos em confessá-los.

Pensar contra a corrente, recusar a julgar através dos valores vigentes em determinados meios é algo que envolve um esforço perene. Há sempre o risco da “recaída”: nos alegrarmos com elogios injustos ou ditos por pessoas que desprezamos, ou ainda rejeitarmos reprimendas honestas ditas por pessoas em quem confiamos. O fato é que uma mente livre está sempre em “reabilitação”…

Eu não posso livrar-me da vaidade se você não permite.

O melhor da amizade é poder permanecer feliz estando equivocado.

O maior equívoco é procurar o sucesso em um jogo fundado sobre critérios que desprezamos.

Em toda crítica é necessário enfatizar os critérios que permitem os juízos, mais do que os juízos realizados através destes critérios.

Uma ponte sólida é sólida porque assim a construímos. É necessário confiar em nossa capacidade de erigir valores robustos. O que não significa desprezar a história, mas sim reordenar as constelações, como quis Walter Benjamim.

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Poema em Linha Reta

Pessoa é, possivelmente, meu poeta favorito. Com todas nossas – enormes – diferenças de pensamento em diversos assuntos, o gajo ainda é o mais pungente quando quer. Poema Em Linha Reta, na figura de Álvaro de Campos, é um dos melhores e mais famosos dele. Abaixo uma interpretação, dentre muitas que gravei.

A vontade para tanto surgiu principalmente por ouvir a versão da Patife Band, presente no obrigatório disco “Corredor Polonês”, de 1987, aqui.

Leia também o texto original.

E dentre as inúmeras interpretações disponíveis, escolho uma cena antológica de Osmar Prado:

httpv://www.youtube.com/watch?v=uElwCENBDJQ

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Ensaios de filografia

Entendo aqui filografia não como os italianos, para quem a palavra designa o indivíduo que coleciona textos e escritos, mas a escrita direcionada aos amigos e que visa provocar a ataraxia naquele que escreve – desobrigado por suas ninharias literárias do esforço para parecer espirituoso e erudito em compromissos sociais.

***

A vida vibra pois é tensa.

Mais tristes do que as filas em hospitais são as filas em casas lotéricas.

Escapar à dor física e se encontrar completamente indiferente à estupidez alheia são as maiores vantagens em estar morto.

Não notamos nossos defeitos da mesma maneira que não notamos o odor de nossa casa. A presença prolongada satura o pensamento da mesma forma que satura os sentidos.

Se os homens se tornassem incapazes de se habituar a erros e injustiças eles imediatamente promoveriam uma revolução…e então suicidar-se-iam.

Se a vida, como quer Cioran, é a doença da matéria, então o pensamento é a ‘Unidade de Terapia Intensiva’…

Aprender a comer à mesa de estranhos mantém relações estreitas com aprender a pensar.

Choramos de felicidade porque compadecemos do sofrimento anterior ao advento da alegria.

A amante: Ao partirmos à conquista da felicidade é necessário lembrar que somos casados com a sensatez.

Estamos felizes quando nosso pensamento repousa sobre certas circunstâncias e promessas. Para sermos felizes, contudo, é necessário que nosso pensamento repouse em todas as circunstâncias, sem qualquer garantia. É necessário, para tanto, amortecer o pensamento…

Existem males das mais variadas espécies. Uma sociedade boa é aquela que cultiva os tipos menos vistosos.

Há quem diga que os problemas de nossa cultura passam pela presença do pensamento “politicamente correto”. Isto em um tempo que baniu a “política” e que pouco se importa com aquilo que pode significar “correto”.

É necessário inventar um conceito para iluminar a maior das virtudes: saber enxergar os próprios vícios e extirpá-los.

Se não há nome para tal virtude, contudo, podemos suspeitar que seja pelo fato de que ninguém a possui.

Sabemos por experiência empírica inequívoca que indivíduos não extinguem seus vícios sem que ocorra algo ‘externo’ que torne a mudança compulsória. Como esperar algo diferente de uma sociedade?

Talvez uma revolução que não termine em farsa deva ter início com a mobilização das donas de casa.

Habituarmos com ideias significa esquecer que elas são de outrem.

Somos embaixadores das ideias que amamos pois elas se tornam objetos menos frágeis quando nos transcendem.

É apenas uma ironia da natureza que todo remédio efetivo seja amargo?

Temos de estar bastante seguros de nossos méritos para tratá-los com o desdém que eles merecem.

Escreveu Cioran com seu humor habitual: “Os filhos que não tive não sabem o tamanho do favor que me devem”.

De fato, o único motivo que faria um filósofo desejar um filho (a saber: ter alguém para inculcar suas ideias absurdas) lhe é interditado pelo uso da razão prática.

Um canalha brilhante ainda assim é um canalha. É fato que muitos são fascinados por estes canalhas geniais: estes com sua exuberante soberba fornecem aos tolos a ilusão de que é possível viver sem duvidar de si mesmo, sem precisar de outrem…

O homem moderno, diante da especialização, não dá conta de todo saber que lhe é necessário. Max Webber, uma das mentes mais sólidas a pisar na Terra, nos fornece o fundamento teórico para a necessidade da humildade.

Antes pedíamos cola na prova de matemática; hoje elucidações sobre economia ou física quântica.

À Nietzsche, Schopenhauer e Karl Kraus: Quantos aforismos misândricos não escreveriam as mulheres alemãs se não fossem canalhas e injustas como os homens?

É indelicado dizer que desejamos a universalização de uma educação autêntica só para que tenhamos mais sujeitos com quem falar sobre Chesterton, Chamfort ou Beethoven?

Zombar de si próprio é a maneira mais eloquente e elegante de pregação moral.

Misantropos necessitam de um consultor de moda que lhes diga como desaparecer em público…

Meu “sonho de consumo” é uma torneira pública de suco (de cevada, quem sabe…), tal qual a da utopia de Fourrier!

Quando crescer queria ser um empresário falido como Robert Owen!

***

“Vivo apesar de tudo”, diz, em tinta azul, este meu caderninho de anotações.

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Wabi-sabi

Novos aforismos do amigo Tiago Lucas. Aproveite.

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Será que se sentíssemos o cerébro pulsando notaríamos com maior clareza a fragilidade do pensamento?

O desejo é a única âncora do pensamento (este nosso barco furado…)

Se pensamos geometricamente, não vamos além dos trilhos; se pensamos sem a geometria, somos uma locomotiva prestes a colidir.

O amor ao próximo surge das cinzas da auto-estima.

Quando nos lançamos ao pés das mulheres é para que elas encontrem algo de valor neste mar de cinzas.

Não desdenhem o casamento: muitas vezes só um contrato nos impede de morrer em um asilo.

O “eu” é odioso, concordemos com Pascal… só nos é permitido amar os vícios dos outros.

Todo esforço da política, da moral e da técnica se volta ao único objetivo de reduzir os males da humanidade a apenas um: “Vamos bater as botas…”

Wittgenstein antes de morrer mandou dizer a seus amigos que ‘tivera uma vida maravilhosa’. Se tivesse uma segunda oportunidade teria feito, digamos, algumas ressalvas…

Toda dor física é um afluente que nos leva ao rio Styx.

Todo fracasso profissional é duplamente humilhante por se tratar de um fracasso de valior paliativo no interior de uma outra grande falência chamada falecimento.

É fato, contudo, que “memento mori” (e um picolé…) pode, em dados momentos, servir de consolo para nossos “problemas paliativos”…

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Como entender a morte das pessoas que fazem parte de nossa vida? Tome o MacBeth de Shakespeare, retire do texto Lady MacBeth, depois Duncan, depois Banquo, depois MacDuff, depois Malcom, depois s própria floresta de Dunsinane….veja o estupefato MacBeth. Não é a vida um espetáculo?

É verdade que falo da morte como se estivesse no consultório do dentista. Na sala de espera, olhando ansioso para a porta de saída. Mas, Deus, eu já paguei pelo serviço!

E não digam que a imortalidade seria tediosa! Passaria décadas dormindo com grande entusiamo!

A preguiça é a negação da morte.

Fazer nada é, antes de tudo, desdenhar a queda no tempo…

Há sempre bons argumentos contra o suicídio. Se o sujeito é jovem: “Há ainda muita água a passar por debaixo de sua ponte, meu caro!”. Se já avançou nas primaveras: “Senhor, para que tanta pressa?”.

O suicídio é sempre obra da vida. Mesmo que seja uma ação contra ela, é uma ação nela engajada. A simples vontade de não mais existir, a pulsão de morte, nos faz, como faz a maioria dos viventes, apenas comer, dormir e trabalhar…

Publicar é fazer de nossas dores e fracassos um objeto de entretenimento.

Borges ama os livros. Eu não os amo. Nem mesmo os de Borges. Mas amo o velho Borges – sujeito gentil e humilde.

Para escrever em público é necessário perder o medo de palhaço que adquirimos na infância – ou simplesmente não olhar mais no espelho.

Não se trata de odiar as letras e as artes, mas de violentamente conduzí-las de volta à fria luz da vida.

Ok. Está tudo justo e certo. Não somos fracassados e condenados, pois alguém se entretém com nossas entranhas e passa o tempo a ver nosso coração em chamas…eis aí o “glamour” das letras.

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Aforismos: a prova de que este mundo é mágico

A etimologia nos diz que: aforismo (do grego aphorismos “definição”, a partir de aphorizein “delimitar, separar”, de apó- “afastado, separado” ou “proveniente, derivado de” + horos, “fronteira, limite” e horizein “limitar”, através do latim aphorismus) é uma sentença concisa, que geralmente encerra um preceito moral.

E é nessa linguagem de força única, tão usada por filósofos como Nietzsche e Cioran, que o amigo Tiago L. Garcia, igualmente filósofo, apreciador de boa música e boa cerveja, envia essa preciosa colaboração para o Crimideia. Se delicie aí que eu me basto de cá.

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A prova de que este mundo é mágico, é o fato de que dele desaparecemos, tal qual coelhos na cartola, ou cartas na manga, sem que possamos notar…

Cabeça partida: Minha alma padece em igual proporção , de um crítico pesar pessimista e de um humor infantil e honesto…os hemisférios de meu cérebro estão divididos pois em seu lóbulo Cioran e seu lóbulo Chesterton.

Kafka, a respeito da alegria da literatura de Chesterton: “Em tempos sem Deus devemos ser alegres. É um dever”.

Sábios somos quando podemos, de fato, enxergar que existem miríades de universos (repletos de novas alegrias) além da ponta de nosso nariz…e que em nenhum deles está a “salvação”.

Representa uma excelente alegoria de nossa vida  Santo Agostinho cantando hinos de louvor a Deus enquanto utilizava o vaso sanitário.

Se Deus não existe tudo é possível… ‘tudo’inclui uma vida moral.

Não é senão com Dostoievski que aprendemos a ser humildemente críticos:

“-Turguéniev eu me desprezo deveras…mas o desprezo ainda mais.”

Há, infelizmente, na maior parte do tempo, muito menos entre o céu e a terra do que nossa vã filosofia pode imaginar.

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A compaixão provém da vergonha de sermos privilegiadamente infelizes.

Assumir uma posição política hoje significa (invariavelmente) assumir a pose de um messias burocrata. Não lutamos por valores, mas por (ou contra) medidas e decretos. E não há como ser de outra forma (?).

É curioso que Kant encontre em sua Ética um lugar para a hipocrisia (enquanto funcionários devemos obedecer), e nenhum para a mentira (mesmo quando o assassino procura nosso amigo): Perde-se o amigo, mas não o emprego!

Lástima: A humanidade não tira férias!

Passaria a vida criticando a “Academia” se soubesse onde ela está nos Domingos à tarde.

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Uma ‘boa educação’ nos torna ‘bem sucedidos’, uma educação livre e profunda (quase) mendigos.

Os livros possuem vida própria, escrevamos nas paredes.

Lichtenberg: “Escreveu 8 livros, faria melhor se tivesse tido 8 filhos ou plantado 8 árvores.”.

Se todo escritor oportunista fosse leitor de Lichtenberg, viveríamos, por certo, em uma floresta superpovoada.

Sr. Zaratustra, livros não são escritos com sangue, mas com ketchup e groselha.

‘Kunst’ traduz de maneira bastante rigorosa meus sentimentos (minhas condolências) em relação à ‘Arte’.

A diferença entre um papagaio erudito e um papagaio intrépido, é que o primeiro pensa sobre livros, o segundo sob livros.

A felicidade de um escritor pode ser medida pela quantidade de livros que ele não precisou escrever.

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Máxima, para mim deveras útil, do Sr. Jabuti: “Se você é lerdo comece cedo.”

Para escrever algo bom e simples é necessário uma iluminação, para a ironia é necessário somente a dor…

E quem tem uma ‘pena’ quando está feliz?

É injustificado o horror da filosofia à virtualidade, ao “simulacro”: Desde quando argumentos filosóficos são ‘moedas da carteira dos fatos’?

Fazer sentir, o quanto for possível, a angústia, a injustiça, aqueles que dela não padecem, não é o mais nobre desígnio da sociologia, da literatura e mesmo da filosofia?…Virtualidades pois…

The Book is on the Table…E há dias que prefiro ler a mesa.

Sobre os diários: “Grande sabedoria” esta, a de procurar parar a locomotiva com tinta e papel.

Deveras caro Sr. Machado, o teclado da galhofa e o monitor da melancolia.

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