Se não está disposto a se apaixonar, não vá para Brasília. Ela jamais sairá de você. Toda metrópole tem suas similaridades. Toda cidade do interior também. Brasília não. Ela é diferente de todas as cidades do mundo. Singular, única. Sair do ninho do caos normal de qualquer metrópole brasileira e parar em Brasília é uma covardia: com você e sua cidade anterior. O Plano Piloto irá te acostumar mal, muito mal. Este texto não é para analisar os problemas flagrantes do Distrito Federal. Matéria para outro post. É apenas para tentar expressar minha relação com o Plano Piloto.
Brasília não fede a lixo e urina. Não tem vielas incompreensíveis, vias sem saída e sinalização, desordem urbana. É absurdamente segura. Tanto quanto alguém que tenha nascido na cidade sequer pode compreender. Não há pobreza no Plano Piloto. Simplesmente porque não há espaço para isso. O principal problema que você irá encontrar são as hordas de playboys e alguns zumbis do crack. Presentes na maioria das cidades, diga-se.
Brasília é limpa, verde, cordial. As largas ruas planas e arborizadas. O charme do Lago Paranoá. Todo lugar, dentro do Plano, é perto. Supermercados, farmácias, padarias, restaurantes, bares, lojas, shoppings, parques, etc – está tudo ali, a poucos minutos. Brasília zomba do resto do mundo. Experimenta o imponderável. Está contínua e inapelavelmente na frente do seu tempo. Acolhe uma tranquilidade quase surreal.
Marca. Permanece. Desafia e torna pálido os outros lugares. Parece o “mundo de Poliana”. Não é. Dentre os inúmeros defeitos e problemas que a cidade possui, Brasília ainda chega bem perto do melhor cenário possível. Mérito de toda sua concepção e outros elementos posteriores.
É uma delícia e um perigo estar em Brasília. Conseguir quebrar o encantamento. Sair da esfera criada. Tento. Não sei se quero. A tentação é grande demais para ser negada. A cidade chama, ecoa. Faz de tudo para ser amada. Difícil resistir.
não acho que Brasilia é isso tudo, morei 10 anos ai e moro a 8 anos em Florianópolis, igual a floripa não existe.
João, chegou a ver o texto relacionado mostrando o outro lado?
Expressão extrema de genialidade, paixão e emoção. Realmente as curvas, os cruzamentos o plano, as asas, são indubitavelmente irresistiveis, nunca morei em outro lugar nem pretendo, ate por que essa esplendorosa cidade não deia lacunas e nem motivos para isso, escrevendo este comentário te parabenizar pelo texto que foi muito felizmente editado. Faço minhas as palavras de Niemayer.: Era um plano, e pulsava (Plano Piloto).
Parabéns pelas colocações meu caro, sucesso adorei o Blog.
Muito bacana! Eu me apixonei, depois de pragujá-la por um anao inteiro! Estou aqui há 10 anos. Não existe nada igual! Nem o meu pampa que tanto falam ser o paraiso dos deuses se compara. Os problemas são muitos, realmente Brasília pode ser amada por aueles que aqui encontram uma vida melhor ou odiada por aqueles que ficam na exclusão. Mas ela é algo intrigante, não se pode negar.
Estive em Brasília poucas vezes, mas apoixonei-me desesperadamente pela cidade. Preciso morar em Brasília, isso é um sonho adquirido a partir do momento em que contemplei essa bela cidade pela primeira vez. O outro lado, existe em todo lugar. Espero realizar meu sonho.
Essa cidade é realmente engraçada: morei 5 anos aí e fui do êxtase ao caos. Não pretendo voltar à Brasília, embora tenha deixado excelentes amigos, pois é uma cidade na qual as pessoas não existem, tudo tem de permanecer como está, nada pode ser pertubado ou mudado. Essa letargia e paralisia das coisas toma as pessoas e espero nunca mais ter que conviver com essa imobilidade (das relações, dos sentimentos, da forma de encarar a vida…), apesar de tudo parecer tão simples e acessível.