Filmes

Babel

Babel – Alejandro Gonzáles Iñárritu – 2006 – ***

Iñárritu é um cineasta com vícios. A estrutura de montagem, encadeamento do roteiro, temas abordados, falhas de comunicação, o lado dramático das relações humanas e como elas se conectam. “Amores Brutos”, “21 Gramas” e “Babel” falam da mesma coisa. Deles, “21 Grams” é o melhor. Guillermo Arriaga, seu roteirista oficial, é outro viciado, responsável por muito de bom e ruim que cada filme carrega.

O estilo de montagem funcionava em “Amores Perros”, foi aperfeiçoada em “21…”, e em “Babel” cansa, apesar do uso mais comedido do recurso. Iñárritu gostou de Hollywood. Rapidamente, saiu do cenário indie direto para a grande indústria, podendo realizar seus filmes nas divisões “alternativas” dos estúdios e com atores milionários.

Mas “Babel”, sobretudo, é isso: cansaço. De idéias, abordagem, de tudo que ele já produziu antes e é exaustivamente reciclado aqui. Trilogia? Pode até alegar, não importa. É um filme (por vezes) interessante que no entanto padece pelo comodismo de seu realizador. Nem as gravações em três continentes diferentes alivia. Perde-se, constantemente, em elementos que, segundo o diretor acredita, deveriam contribuir. O núcleo estelar está ok, em especial Brad Pitt, que já provou há muito ser ótimo ator. E os iniciantes, pelo menos, convencem.

Mas é um filme paquidérmico, no pior sentido do termo. Hora do mexicano respirar ar fresco.

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Gosford Park

Assassinato em Gosford Park – Robert Altman – 2001 – ***

O mérito de “Gosford Park”, o filme inglês de Altman, não está na história, clichê e com a receita pronta desde o início, como o próprio longa anuncia “Chá às quatro. Jantar às oito. Assassinato à meia-noite.”, mas sim no modo como o diretor aborda a comédia de situações e o intrínseco ridículo da sociedade ali presente, caracterizada com maestria em seus pormenores.

Preciso, mas não brilhante, Altman explora o variado leque de personagens com uma sutil aproximação a cada um, suficiente para nos ambientar em seu mundo e como as relações funcionam. Conta também com a boa atuação de todo o elenco. Filme de estrutura convencional, porém com um núcleo interessante. Vale a pena.

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Man On The Moon

O Mundo de Andy – Milos Forman – ***** – 1999

Sempre gostei de Jim Carrey em papéis dramáticos: “The Truman Show”, “Cine Majestic” e este O Mundo de Andy. E é difícil imaginar outro ator neste papel que senão ele. Esta biografia de Andy Kaufmann, o controverso, polêmico e brilhante humorista estadunidense, capta a a essência e os pormenores da vida e carreira de Andy, brilhante, e por isto mesmo controvertido.

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Before Sunrise

Before Sunrise – Richard Linklater – 1995 – ****

De fato, um filme inteligente sobre o amor, merecendo o status que conquistou ao longo do tempo – adorado e recomendado por quase todos que o assistem. Romântico, com cérebro, e sem restrições para diabéticos.

Abaixo a transcrição do poema da “versão de vagabundo vienense”…rs

Daydream, delusion, limousine, eyelash

Oh baby with your pretty face

Drop a tear in my wineglass

Look at those big eyes

See what you mean to me

Sweet-cakes and milkshakes

I’m delusion angel

I’m fantasy parade

I want you to know what I think

Don’t want you to guess anymore

You have no idea where I came from

::We have no idea where we’re going

Latched in life

Like branches in a river

Flowing downstream

Caught in the current

I’ll carry you

You’ll carry me

That’s how it could be

Don’t you know me?

Don’t you know me by now?

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Sideways

Sideways – Alexander Payne – 2004 – ****

Surpresa do Oscar 2005, com 5 indicações (melhor filme, melhor ator e atriz coadjuvante, melhor diretor e melhor roteiro adaptado, ao qual venceu), Sideways é realmente uma obra admirável, gostosa, um semi-road movie divertido, com boas atuações e muito agradável de se assistir. A estorinha de ciladas, seduções, amizade, amor, descoberta pessoal está entremeada dentro do universo do vinho, o que o torna ainda mais interessante. E, neste ponto, diga-se, é não só uma abordagem como um filme infinitamente superior à aquela coisa medonha que Ridley Scott fez com Russel Crowe, intitulada “Um Bom Ano”.

Cômico, com um pequeno tom dramático, e equilibrado. Os significados que título carrega, dentro da proposta, já diz muito sobre ele. Precisamos de mais filmes com este espírito. Difícil de se achar. =]

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