Filmes

Sideways

Sideways – Alexander Payne – 2004 – ****

Surpresa do Oscar 2005, com 5 indicações (melhor filme, melhor ator e atriz coadjuvante, melhor diretor e melhor roteiro adaptado, ao qual venceu), Sideways é realmente uma obra admirável, gostosa, um semi-road movie divertido, com boas atuações e muito agradável de se assistir. A estorinha de ciladas, seduções, amizade, amor, descoberta pessoal está entremeada dentro do universo do vinho, o que o torna ainda mais interessante. E, neste ponto, diga-se, é não só uma abordagem como um filme infinitamente superior à aquela coisa medonha que Ridley Scott fez com Russel Crowe, intitulada “Um Bom Ano”.

Cômico, com um pequeno tom dramático, e equilibrado. Os significados que título carrega, dentro da proposta, já diz muito sobre ele. Precisamos de mais filmes com este espírito. Difícil de se achar. =]

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Filmes

Ali

Ali – Michael Mann – 2001 – ****

Nunca escondi minha admiração por Michael Mann. Para mim, pouquíssimos cineastas tem o talento e a competência para fazer filmes tão redondos e eficazes, beirando o impecável. Além de ótimo diretor, o cara ainda escreveu O Último dos Moicanos, Fogo Contra Fogo, O Informante e Miami Vice, além deste Ali. O que falar?

Para contar a história de uma dos maiores esportistas de todos os tempos, como também uma personalidade consagrada e adorada mundialmente, controverso, político, religioso, mulherengo, carismático, divertido, firme, com uma biografia cheia de reviravoltas e redenções, Mann escolheu Will Smith para o papel principal. E quem diria que um ator que começou como “The Fresh Prince Of Bel Air”, além de uma carreira de rapper de qualidade no mínimo duvidosa – para usar um eufemismo – conseguiria amadurecer tanto, levando-o à sua primeira, e merecida, indicação ao Oscar num papel principal. A entrega de Smith ao personagem, física, mental, nos trejeitos, na fala e no olhar é fascinante, além de uma considerável semelhança com Ali jovem. Jamie Foxx e Jon Voight também estão excepcionais.

Dada a quantidade de coisas a tratar, o filme acaba ficando confuso demais em certos momentos…mas após um primeiro ato problemático, desenrola-se de modo equilibrado, nos levando para dentro do universo conturbado de Muhammad. Dificilmente alguém faria melhor.

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Filmes

The Usual Suspects

Os Suspeitos – Bryan Singer – 1995 – ***

Overrated. Mais glorificado do que merece. O final é bem pensado, sim, ok, mas nada exatamente genial.

Spacey chorão e panaca demais (mesmo que propositadamente, para o que o filme desejava, irrita) e Palminteri insuportável. Já parece velho, manchado. Memorável apenas pelo desfecho, mas nada que chegue a ser um filme de gênero que mereça o status de imprescindível.

But, talvez eu esteja sendo cruel demais. Rs. Vale a sessão.

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Música

Last Night by Moby

Moby – Last Night – 2008 – *****

O melhor trabalho desde “Play”, de 1999, parece ser a primeira coisa que vêm a cabeça de quem ouve este novo “Last Night”. Não que isto seja exatamente um feito. Moby não andou tão inspirado desde lá. E olhe que eu tenho “Play” em muito boa conta. Pra ser sincero, considero um dos melhores álbuns de música eletrônica já lançados.

Last Night traz conexões com aquela pequena obra-prima. É Moby se retro-alimentando de seu melhor material, e experimentando novos ritmos e sons, sempre com aquela batida negra, por vezes dançante, outras melancólica, melodias belíssimas e envolventes, soul music, piano, cordas, vocais, uma ponte digna e absolutamente bem construída sob o que ele fazia uma década atrás, e para o que busca agora. Isto é o que os fãs do carequinha vegan polêmico estavam esperando. Suculento, de se lamber os dedos. E apertar “play” muitas vezes seguidas. 😉

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Filmes

Vidas em Jogo

The Game – David Fincher – 1997 – ***

Well, well, well…uma produção “estranha” de Fincher. Partiu de uma premissa interessante mas simplesmente não soube como conduzi-la, ficando claro que o filme não teria um final decente. O tipo de suspense que cai em suas próprias armadilhas. Mas friso: não é um suspense medíocre. Além de ótimos atores, Michael Douglas e Sean Penn, é uma película que tem a assinatura de David, ou seja, mais pontos altos, sobriedade e capacidade estilística que a imensa maioria dos diretores da atualidade. Contudo, longe da genialidade de outras obras.

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