Cape Fear – Scorcese – 1991 – ***
Filme B de luxo este remake de Scorcese. De Niro em uma de suas últimas estupendas atuações da carreira. Vale por isso e por algumas cenas brilhantes.
Into The Wild – 2007 – Sean Penn – ****
Um dos filmes mais celebrados de 2007. Excelente atuação de Emile Hirsch, que na época também tinha 22 anos, como o próprio Christopher McCandless retratado. Eddie Veder se mantém bem compondo as mesmas músicas desde 1990, com o piegas e clichê ficando acima do tom apenas em alguns momentos. O livro, sem dúvida, é indicado. Vou procurar. Sean Penn sabe o que faz. Misto de road-movie (!?!) com auto-descoberta e as mazelas da vida cotidiana que costumam passar batido.
Este “get out” do sistema sempre foi algo tentador. Quem nunca pensou em fazer algo parecido? McCandless vai ao extremo e está correto em grande parte do que diz, lê, pensa, passa. Difícil contestar. Encontrar-se consigo mesmo é fundamental. E ele teve a coragem para tanto. Dá aquela inspiração soporífera boa que dura até subirem os créditos e vamos, famintos após os 148 minutos, pedir uma pizza pelo telefone.
No fim, ficam as feridas que precisavam ser expostas e tudo permanece o mesmo. Ou quase.
Toda sociedade precisa de um mito para sobreviver. O nosso é o crescimento econômico. Nas últimas 5 décadas, a corrida pelo crescimento é “o” objetivo mais importante de todo político ao redor do mundo. A economia global atual é 5 vezes maior do que era meio século atrás. Se continuar neste ritmo, será 80 vezes o que era em 2100.
Este extraordinário crescimento não tem precedentes. E acompanha o nosso saber científico sobre os recursos finitos do frágil ecossistema que dependemos para sobreviver. 60% dele já foi totalmente devastado.
Na maioria das vezes, nós evitamos a dura realidade destes números. A preocupação principal – a crise financeira – é como continuar “crescendo” indefinidamente. Não apenas para os países mais pobres, que inegavelmente precisam de uma qualidade de vida melhor, mas também para as nações mais ricas, afundadas na abundância de material publicitário, que começa a ameaçar o seu bem-estar.
As razões para essa cegueira coletiva são fáceis de encontrar. A economia moderna está estruturada sob o “crescimento econômico” para se estabilizar. Quando esse crescimento falha – como aconteceu recentemente – os políticos entram em pânico. O mercado luta para sobreviver. Pessoas perdem seus empregos e até suas casas. A recessão surge. Questionar o crescimento é coisa de lunáticos, idealistas e revolucionários.
Mas a questão vai além. O mito do crescimento econômico falhou para nós. Falhou para as 2 bilhões de pessoas que vivem com menos de 2 dólares por dia. Falhou quando destruiu o nosso ecossistema. E falhou espetacularmente, em seus próprios termos, em prover estabilidade e segurança para a vida das pessoas.
Atualmente nos encontramos diante do fim iminente da era do petróleo barato; o prospecto (para além da bolha recente) é de altíssimo incremento no valor das commodities; a degradação das florestas, lagos e solos; conflitos por água; e, no momento, o desafio de estabilizar a concentração da emissão de carbono na atmosfera. Encaramos estes desafios com uma economia fundamentalmente destruída, desesperadamente precisando de renovação.
Nestas circunstâncias, um retorno ao mercado como ele era não é uma opção. Prosperidade para poucos baseada na destruição do meio ambiente e na injustiça social crônica não é algo aceitável para uma sociedade civilizada. Recuperação econômica é vital. Proteger os empregos das pessoas – e criar novos – também. Mas continuamos diante da necessidade urgente de renovar a divisão da prosperidade.
Buscar estes objetivos ainda soa estranho e incongruente para a agenda política da era moderna. Todo o governo está tomado tão intensamente por preocupações materiais e é engolido pela errônea visão de que somos “livres consumidores”. A concepção de governabilidade, por si só, precisa de uma mudança drástica.
A crise econômica atual nos coloca diante duma oportunidade única de investir na mudança. De afastar definitivamente o pensamento diminuto que foi a praga da nossa sociedade por décadas. Recompor isto com uma política capaz de lidar com essa enorme mudança é vital.
No fim, “prosperidade” vai muito além de desejos materiais. Transcende preocupações materiais. Reside na qualidade de vida e na saúde e felicidade de nossas famílias. Na força dos relacionamentos e da confiança na comunidade. É dada pela satisfação no trabalho e pelo senso de compartilhar um sentido e um caminho. Está presente no nosso potencial de participar ativamente na vida da sociedade.
Prosperidade consiste na nossa habilidade de florescer como seres humanos – respeitando os limites ecológicos de recursos finitos. O desafio para a nossa sociedade é criar as condições de vida sob o que é possível – e não transgredir tudo arbitrariarmente. Este é o dever mais urgente de nossos tempos.
(Tim Jackson, de “Prosperidade Sem Crescimento“)
Traduzido livremente por mim, daqui.
Fim Dos Tempos – M. Night Shyamalan – 2008 – ***
Shyamalão é um cara curioso. Gosto de Sexto Sentido, acho “Corpo Fechado” forçado e tinha desistido do cara em “Sinais”. Ignorei durante anos e fui ver “A Vila” só ano passado. Adorei. “The Happening” reforça o incrível talento “de cenas” que o indiano tem. Os operários caindo dos prédios, o suicídio com o cortador de grama, as mortes no trânsito, a tensão do massacre coletivo feito pelo soldado (vivenciado a distância, apenas no som, tornando-o ainda mais pungente), enfim, os parcos 90 minutos do longa reservam cenas brilhantes dum cineasta bem acima do comum.
Ainda assim, as atuações de Mark Whalberg e Zoey Deschannel são sofríveis, o enredo se perde em certo momento e tudo fica aquém do poderia ser. O argumento é ótimo. As mortes e paranóia coletiva causados por algo completamente desconhecido tem excelente apelo. E claro que ninguém poderia esperar uma explicação concreta, enlatada. Até melhor.
O filmão B de Shya, feito em um mês e com orçamento reduzido (apesar dos 60 milhões soarem bem menos na tela) é bom (genial e vexatório em alguns momentos). Fica aquela sensação incômoda de “quase”.
The Elephant Man – David Lynch – 1980 – ****
Difícil imaginar um diretor melhor que David Lynch para retratar a história de Joseph Merrick, o “homem elefante”. Sofrendo de uma combinação raríssima de doenças, a terrível vida de Merrick na Inglaterra vitoriana do final do século XIX (como era para a maioria da população da época) é retratada por Lynch com altíssimo apelo dramático. A soberba atuação de John Hurt (que perdeu o Oscar para o DeNiro de Raging Bull) é responsável por grande parte de seus méritos.
A magistral fotografia em PB e a música da película contribuem para o resultado final. No entanto, o apelo emocional enfraquece um pouco ao saber que Lynch “potencializou” muito do drama vivido por Merrick. Por exemplo, a opção de participar de um circo de horrores para ganhar a vida partiu do próprio Joseph. O que não deixa de ser suficientemente trágico (e, sejamos justos, a informação está presente nos extras do DVD, portanto é escancarada pelos realizadores).
Abaixo você confere galeria de fotos e um documentário sobre o verdadeiro Merrick, o trailer do filme e a belíssima cena final (não assista se já não tiver conferido o filme em si).
httpv://www.youtube.com/watch?v=kGfOzfadR4U
httpv://www.youtube.com/watch?v=OpqjtF1eGXg
httpv://www.youtube.com/watch?v=ye4YTZOq2fk
httpv://www.youtube.com/watch?v=GajDw1NSFuw
Jason Reed/Reuters
Obama dá “uma conferida” na brasileira Mayara Tavares, de 17 anos (!!!) na reunião do G-8. E Sarkozy, não satisfeito com Carla Bruni, aprova…
Sem comentários.
Paixão + curiosidade + prazer = mundo cervejeiro. Abaixo listo todas as brejas já desgustadas por mim, desde as piores nacionais até as melhores alemãs e algumas belgas.
No total são:
Últimas degustações:
Tucher Bajuvator Doppelbock (Alemanha)
Schmitt Barley Wine (Brasil/RS)
Dado Bier Belgian Ale (Brasil/RS)
Falke Estrada Real IPA (Brasil/MG)
Coopers Sparkling Ale (Austrália)
Super Bock Abadia Gold (Portugal)
Tucher Helles Hefe Weizen (Alemanha)
Murphy’s Irish Stout (Irlanda)
Steenbrugge Dubbel Bruin (Bélgica)
Eggenberg Urbock 23º (Áustria)
As brejas divididas por cada país: os links levam a descrição completa, avaliação, informações e onde comprar.
+
Calaf Pilsen
Falke Red Baron
Falke Pilsen
Stadt Bier Pilsen
Stadt Bier Black
Stadt Bier Amber
Stadt Bier Weiss
Franziskaner Hefe-Weissbier Hell
Paulaner Hefe-Weissbier Naturtrüb
Weihenstephaner Hefe Weissbier
Franziskaner Weissbier Kristall-Klar
Franziskaner Hefe-Weissbier Dunkel
Paulaner Hefe-Weissbier Dunkel
Paulaner Original Münchner Hell
Paulaner Weissbier Kristallklar
Hopfenkönig
Fuller’s London Porter
ESTILOS